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Escorpiões voltam a preocupar os pratenses

O escorpião amarelo, que está entre os mais venenosos, é também o mais comum no ambiente urbano


Escorpiões voltam a preocupar os pratenses

Não é de hoje que o Tityus serrulatus, ou o escorpião amarelo, tem tirado o sono dos moradores da região sudeste, e no interior paulista não é diferente. Estudos apontam a aparição do animal no planeta há pelo menos 400 milhões de anos, e, de acordo com especialistas da área, os primeiros relatos de acidentes com humanos datam de cerca de 25 anos, no entanto, na última década, tem se observado o aumento significativo e preocupante do escorpião amarelo nas residências e, consequentemente, o aumento de acidentes com o animal peçonhento.

 

Com até sete centímetros de comprimento, o escorpião amarelo é capaz de se reproduzir sem que haja a fecundação (ou seja, não é preciso a presença do macho), e após três meses de gestação, cada fêmea dá à luz uma média de 20 filhotes. E é exatamente entre os meses de setembro a março, período com temperaturas mais altas e chuvas frequentes, que acontece a proliferação. 

 

Manoel Valim, veterinário da Vigilância Sanitária de Águas da Prata, explica que, além das condições climáticas favoráveis à reprodução do escorpião amarelo, a grande habilidade e a capacidade de o animal se adaptar ao ambiente urbano contribuem para a multiplicação dos indivíduos. O veterinário destaca que durante a primavera e o verão, em razão do calor, crescem as populações de insetos, como gafanhotos e baratas, que são alimentos para os escorpiões, o que também colabora para o aumento do animal nas cidades.
 

De acordo com informações de material de orientação do governo do Estado de São Paulo, o Tityus serrulatus é mais comum no meio urbano, e sua picada, explica Valim, é capaz de injetar maior quantidade de veneno, quando comparado a outras espécies, o que o torna ainda mais perigoso.

 

Política pública 

No combate às invasões dos escorpiões, a ação conjunta entre população e Secretaria de Saúde é fundamental. Em novembro de 2022, a prefeitura de Águas da Prata deu início a um projeto-piloto que tem feito o monitoramento de áreas, a busca ativa dos animais e o trabalho de esclarecimento e orientação da população. Com esta ação, foram capturados cerca de 600 indivíduos entre novembro de 2022 e fevereiro deste ano, evitando que os animais permanecessem no ambiente e se reproduzissem, o que resultaria, em um ano, a pelo menos 24 mil indivíduos, ao se considerar no mínimo duas gestações por ano e uma média de 20 filhotes por gestação. 

 

O que fazer ao encontrar um escorpião

De acordo com a Secretaria de Saúde, a primeira coisa a ser feita quando se encontra um escorpião é matar o animal, e em seguida comunicar o fato à Secretaria de Saúde, para que se possa fazer o controle das áreas e acompanhamento dos casos.

 

O que fazer em caso de picada

Valim explica que o socorro imediato de quem sofreu a picada é extremamente importante. A vítima deve ser levada o mais rápido possível ao posto ou à Unidade de Saúde de Referência, já que o tempo decorrido entre a picada e o atendimento pode ser a diferença entre a vida e a morte. Ele ressalta que, mesmo em caso de dúvidas sobre a picada ser ou não de escorpião, o socorro deve ser feito o quanto antes. 

 

Mantendo os escorpiões longe

Quintais limpos, sem entulhos, restos de telhas, tijolos e madeiras e com a grama aparada, está entre as recomendações para se evitar o aparecimento do visitante indesejado. Além disso, manter as caixas de gordura limpas é outra providência importante, já que estes locais reúnem tudo o que os escorpiões apreciam: umidade e resíduos de alimentos. 

Além das providências para manter o animal longe, comunicar a Secretaria de Saúde (telefone 3642-1303, ramal 211) sobre o surgimento do escorpião é fundamental para o controle da infestação. 


Imagem: reprodução material do governo do Estado de São Paulo


 

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