O tema da reunião foram os problemas recorrentes como falta de água e buracos abertos nas ruas da cidade e não fechados dentro do prazo estipulado pela lei
Problemas como calçadas com buracos abertos para manutenção da rede de esgoto e não fechados dentro do prazo de 10 dias estipulado pela lei e a constante falta de abastecimento de água na cidade estão entre as principais reclamações dos moradores de Águas da Prata.
Para buscar soluções definitivas e o maior comprometimento da Sabesp com o município, os vereadores convocaram a empresa para uma tribuna extraordinária. Na reunião, estiveram presentes José Márcio Carioca, gerente de Divisão da Sabesp, e Bernardo da Silva, encarregado do posto de operação de Águas da Prata.
Em sua explanação, o gerente José Márcio se referiu aos problemas que atingem a cidade e às providências que estão sendo tomadas.
“Nos últimos dois meses ficamos sem empreiteiras que fazem serviços de manutenção e de tapa valas na cidade. Em outubro e novembro conseguimos assinar um contrato; existiam muitas valas para serem feitas e nesse momento todas que estavam em atraso foram refeitas”, explicou o gerente.
Ele também se referiu ao problema de falta de água e à baixa pressão em algumas regiões da cidade e explicou que os filtros da estação de tratamento precisam ser trocados periodicamente, e a última troca foi feita há cerca de 15 dias, o que deve eliminar os problemas relatados. Disse ainda que a empresa está realizando uma operação especial na Estação de Tratamento de Água e Esgoto com monitoramento 24 horas para que não se haja mais baixa nos reservatórios (o que causa a falta d´água) e a expectativa é que isso não volte a ocorrer.
O gerente da Sabesp explicou que a empresa encomendou um estudo geral para fazer novas setorizações da rede de esgoto, em 2019, em Águas da Prata. “Vamos trocar grande parte das redes no centro da cidade; são redes antigas e o projeto e que até 2020 a gente consiga trocar toda a rede do centro”. Segundo o gerente, esse prazo é necessário para evitar transtornos na cidade com muitos buracos abertos ao mesmo tempo. Ele explicou ainda que tubulações vazam por várias razões: “uma delas é a idade das redes, e precisam ser trocadas. Para isso é preciso abrir valas para trocar tubulações e canais. A empreiteira deve fazer tudo isso com o menor transtorno para a cidade”. Segundo José Márcio, a troca das redes irá diminuir novos reparos em cerca de 90%.
Construção de nova estação de tratamento
A construção de uma nova estação de tratamento também foi abordada pelo gerente da Sabesp. Segundo José Márcio, a atual estação foi construída há 30 anos para tratar uma água de qualidade diferente da água atual. Ele explicou que a supressão de matas ciliares, por exemplo, trouxe como consequência uma água marrom, nos períodos de chuvas, e por isso a estação de tratamento precisa ser reformulada, com uso de novas tecnologias, para tratar essa água mais “suja”.
Ele ressaltou a importância de se desenvolver políticas públicas ambientais no município para que haja recuperação das minas; falou da necessidade de recuperação das matas ciliares e da construção de curvas de nível para evitar assoreamento das nascentes. “Como essas ações demoram muitos anos, é preciso modificar a estação de tratamento atual e investir em novas tecnologias para resolver essa demanda da cidade”, reforçou.
Vereador Fábio questionou se a nova ETA será feita no mesmo local, ao que José Márcio respondeu que sim e explicou que será utilizada nova tecnologia para a demanda das águas atuais.
Palavra aberta aos vereadores para esclarecimentos de dúvidas
Após a explanação do gerente da Sabesp, os vereadores fizeram uso da palavra. O vereador José Sebastião questionou o tempo necessário para a troca de toda a rede da cidade, e o gerente respondeu que a proposta é trocar a rede do centro no período de 2019 a 2020. A troca de toda a rede da cidade não é viável no curto prazo por conta do transtorno causado.
Outra solicitação do vereador se referiu à necessidade de se estender o horário de atendimento ao público do posto da Sabesp na cidade, e José Márcio comprometeu-se a encaminhar a solicitação.
Águas da Prata terá projeto-piloto de recuperação de nascentes
O vereador Fabio anunciou que a cidade foi eleita no estado de São Paulo para desenvolver um projeto-piloto de conservação e recuperação das nascentes, a exemplo do que já é realizado em Extrema, cidade mineira. Fabio falou da necessidade de parceria entre poder público e Sabesp para melhores resultados do projeto.
Vereadora cita reclamações da população
O prazo para fechamento de valas e a qualidade do asfalto nesse serviço são questionamentos constantes da população, segundo a vereadora Regina. José Márcio falou da necessidade de se abrir buracos para reparos e manutenção da rede e retomou o compromisso em fazer com que a empreiteira cumpra os prazos estipulados pela lei no tapamento dos buracos.
Queda de muro
Regina relatou a queda de muro da casa de um morador, supostamente causada por um vazamento e questionou a responsabilidade da Sabesp no caso. José Márcio esclareceu que quando comprovada a responsabilidade da empresa em qualquer caso, são feitos os reparos necessários. Bernardo, o encarregado local, afirmou que até aquele momento a empresa não havia sido notificada.
O gerente afirmou que quando há suspeitas de responsabilidade da Sabesp sobre qualquer avaria, os moradores devem procurar a Sabesp para elaboração de laudo, sem a necessidade de aguardar laudos da defesa civil.
Variação da pressão d’água e aumento da conta
Outra reclamação apresentada pela vereadora Regina se referiu à variação da pressão d’água e o aumento da conta após situações de falta d’água. Ela questionou se a quantidade de ar que passa no relógio causa aumento na conta. José Márcio diz que não há estudos que comprovem que a conta aumenta em situações de variação de pressão da água e disse também que após os últimos reparos, não há mais constatação de falta d´água.
Higienização das caixas coletoras de esgoto
Um problema apresentado pelo vereador Luiz foi a higienização das caixas coletoras de esgoto. José Márcio explicou que as caixas de esgoto não são criadouros de baratas, mas ponto de fuga de baratas, pois o esgoto é predominantemente formado por água; ele diz que criadouros de baratas são lixos, restos de comida e sujeiras que se acumulam nos bueiros. “Tentamos fazer uma pulverização aqui na cidade, mas as baratas fugiram da rede e invadiram as casas. O que é preciso é eliminar os criadouros das baratas, como restos de comidas”.
Segundo José Márcio, se a rede de esgoto for dedetizada as baratas irão se refugiar nas casas das pessoas, já que esses insetos não morrem com facilidade e fogem do veneno. O vereador Luiz reafirmou que é preciso alguma ação conjunta da prefeitura com a Sabesp para eliminar o problema das baratas na cidade.
Forte odor da Estação de Tratamento de São Roque
O vereador Ângelo apresentou uma reclamação recorrente dos moradores de São Roque da Fartura: o forte cheiro do esgoto vindo da estação de tratamento daquele distrito. José Márcio argumentou que o mau cheiro é característico de uma estação de esgoto, mas disse que há um projeto em desenvolvimento para eliminar as três fossas do distrito e acabar com o problema. O vereador Fabio lembrou que no bairro Cascata há problema semelhante, e José Márcio disse que naquele bairro está sendo realizada uma adequação de pontos de tratamento e que em cerca de dois meses o problema deve estar resolvido.
Bueiro entupido
O vereador Mauro relatou um problema de bueiro entupido e cheiro de esgoto nas proximidades da borracharia da cidade. José Márcio argumentou que o cheiro do esgoto só volta para as galerias se alguma ligação de água de chuva for feita à rede de esgoto, o que é proibido, mas pediu que o encarregado Bernardo verifique o caso e dê retorno aos vereadores.
Cumprimento de contrato entre prefeitura e Sabesp
O vereador José Benedito questionou se todos os pontos do contrato firmado há 12 anos entre a prefeitura e a Sabesp têm sido cumpridos e perguntou ainda se em 2017 houve propostas adicionadas pela prefeitura ao contrato vigente. José Márcio comprometeu-se em verificar a planilha e apresentar os dados à Câmara, mas antecipou que em um contrato há uma previsão do que vai ser realizado em determinado período, no entanto, há empreendimentos que mudam ao longo do caminho, a exemplo de novos loteamentos, não projetados anteriormente ao contrato. Ele reforçou que a Sabesp tem de cumprir a demanda que surge em cada município, o que muitas vezes é diferente do previsto no contrato assinado.
Cronograma de obras e aviso à população
O vereador Fabio citou a alínea G da cláusula 5ª. do atual contrato sobre direitos e obrigações da Sabesp, a qual fala sobre dar ciência aos moradores sobre obras a serem feitas na cidade, a fim de evitar transtornos. José Márcio se comprometeu em enviar o cronograma de obras da Sabesp à Câmara de Vereadores, a fim de fazer chegar a informação à população.
Vala aberta na Cascata
Outra demanda apresentada pelo vereador Fabio se referiu à colocação de encanamentos na estrada que liga a Vila Nossa Senhora Aparecida ao bairro da Cascata. De acordo com o vereador, a vala ficou alguns meses sem asfalto; ele se referiu a um serviço de má qualidade no local e pediu que o serviço seja refeito. Fabio citou duas caixas de concreto abertas no local, mas José Márcio reafirmou que com certeza não faz parte da rede de esgoto da Sabesp.
Ao final, a vereadora Helena agradeceu a presença dos representantes da Sabesp e as soluções apresentadas. José Márcio disse que para que os problemas não voltem a se repetir, a empresa terceirizada deve trabalhar corretamente e o contrato deve ser fiscalizado pela gerência da Sabesp em São João da Boa Vista. Ele reconheceu as falhas da concessionária no município e reafirmou o compromisso na regularização e na fiscalização da empreiteira contratada.
Águas da Prata